A escolha do papa e a escolha de Deus
Uma multidão heterogênea ajuntada na Praça de São Pedro no
dia 13 de março, vibrou euforicamente ao ver a fumaça branca se esvair da
Capela Sistina no Vaticano. O sinal de que um novo papa foi escolhido agitou a
multidão e todos os veículos de comunicação do mundo. Entraram no ar os
“plantões”.
Dentro da Capela os 115 cardeais chegaram a um consenso e
escolheram Jorge Mario Bergoglio, argentino arcebispo de Buenos Aires, como o
novo pontífice da igreja romana.
Para os cardeais, a multidão na Praça e os milhões de fiéis
da igreja católica espalhados por todo o mundo, Francisco I – como será chamado
Bergoglio – será o representante máximo de Jesus na terra, substituindo Pedro.
Francisco I, portanto, será o embaixador único e máximo
dotado de autoridade divina e de infalibilidade.
Todavia, esses dogmas firmados na história da igreja de Roma
não subsistem a uma análise mais acurada das Sagradas Letras e da História
eclesiástica.
A Bíblia nos mostra um quadro totalmente inverso. Aliás, tão
inverso que passa de erro para heresia. Mas, vejamos o que os ditames imutáveis
das Escrituras nos dizem.
Em primeiro lugar, Pedro nunca foi e nem será a pedra onde a
ekklesia foi fundada, e o próprio
Cefas reconheceu isso em uma de suas pregações (At 4.8-11; Ef 2.20). Apesar de
ter sido um personagem notável eternizado nas Páginas Sacras, Pedro não é o
fundador e muito menos a base daqueles que foram chamados para fora das trevas
a irem em direção à maravilhosa luz (1 Pe 2.9b).
Segundo, Jesus não deixou apenas um representante, mas
vários (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 10.19, 24.48; At 1.8; Rm 8.29). A Igreja –
reunião de todos os salvos de todas as partes – é a representação máxima e
absoluta de Jesus na terra, conseqüentemente, cada membro deste Corpo é um
representante legal de Cristo (1 Co 12.12-27). Cada pessoa quer aqui em terras
tupiniquins ou em outras partes mil, que foram salvas e remidas por Cristo são
ministros de Deus.
Em Terceiro, Pedro não foi papa e a história nos mostra que,
provavelmente, ele nem chegou ir a Roma.
Em quarto lugar, a autoridade foi concedida a todos os
discípulos de Cristo (Lc 10.19). Cada crente, por extensão, recebeu esta
autoridade de Deus.
E, finalmente, todos os seres humanos são pecadores e
falhos, passivos de erros e equívocos (Rm 3.23). O dogma de infalibilidade se
desmorona ante o texto bíblico.
A doce Palavra de Deus nos informa em 1 Coríntios 5.20 que
nós somos embaixadores de Cristo na terra. Ou seja, todo discípulo de Jesus que
pratica a sua Palavra é um representante legal d’Ele na terra.
Entendemos então, que a escolha dos cardeais no conclave no
Vaticano foi Jorge Mario Bergoglio, mas a escolha de Deus foi eu e você! Deus
escolheu você para representá-lo, lhe deu poder e autoridade para que você
viesse exercer o cargo de embaixador do seu Reino. Se você está em Cristo e
procura servi-lo cumprindo sua vontade esboçada na Bíblia Sagrada, então, você
é portador deste direito. Onde você estiver e onde for, em todas as suas
práticas cotidianas, lembre-se que seu ser deve expressar e representar Deus.
O novo papa foi escolhido por uma eleição humana, nós, porém,
fomos escolhidos e eleitos por Deus (Ef
1.4). Amém.
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