quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Os Hinos Antropológicos e a escassez da adoração

Os Hinos Antropológicos e a escassez da adoração


Nos últimos anos os hinos tiveram - e ainda tem -  papel importantíssimo em nossos cultos.
Louvores a Deus sempre foram agradáveis e edificantes em nossas igrejas, pois, através deles agradecemos ao Todo-Poderoso por tudo que Ele tem feito e irá fazer por nós.
Entretanto, de uns tempos para cá, as coisas começaram a se desvirtuar. Hinos "novos" começaram a surgir, trazendo consigo novas doutrinas, e sem nos aperceber estamos caindo em plena contradição com a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, nossa maior regra de fé e regimento.

Sabemos muito bem que cantarmos a Deus é parte do culto, está inerente as liturgias cristãs (I Co 14.26). Contudo, não podemos deixar de mencionar que existem alguns hinos que estão fugindo do teor objetivado de adoração e louvor. São os chamados hinos antropológicos ou antropocêntricos.

Faz-se necessário desenvolver o significado da palavra antropologia para melhor acepção, para isto recorro ao excelente dicionário Aurélio, que diz: O estudo ou reflexão acerca do ser humano, do que lhe é específico. Essa palavra é a junção das palavras gregas anthropo - homem e logos - ciência ou estudo. 
Então quando estamos dizendo hinos antropológicos, estamos falando que são os hinos que visam apenas o ser humano e suas ações.

A verdade é que os hinos de hoje, geralmente, abrangem apenas o lado do ser humano. Muitas bençãos para o homem, nada de louvor a Deus, muitas vitórias para o homem, nada de adoração a Deus. Quase sempre, nesses hinos, é o ser humano que vai receber algo de Deus. Nunca o contrário, nunca o homem entregando a Deus sua oferta de louvor e adoração. Fico observando alguns hinos, chega a ser irônico, mas, existem alguns hinos que são verdadeiras epopéias humanas: você vai vencer, vai derrubar as muralhas, quebrar os grilhões, derrubar os muros, quebrar as armas do inimigo, destruir cidades, andar sobre as águas, sobre o fogo, tudo na unção de Deusssss... Nada contra hinos desta estrutura, mas, nessa hipopética frase vê-se um exemplo clássico, citam o nome de Deus apenas no final, parece até desleixo, um descaso.

Hinos deste estereótipo, fazem parte do seleto grupo de músicas, apenas isso. Músicas! Não são louvores, são apenas melodias misturados com letras meramentes humanas que visam alegrar o homem, elevar sua autoestima. Louvor e adoração são substantivos que passam longe desse tipo de hino.
Louvar a Deus é engrandecer o Seu nome, glorificá-lo, exaltá-lo, bendize-lo. Haja vista ser Ele o único merecedor de glórias e louvores (Salmos 48.1; Ap 4.11).
Adorá-lo vai muito além de louvar. Apesar de  em algumas passagens da Bíblia, louvor e adoração serem equivalentes, a Palavra de Deus trata ambos distintamente (2 Crônicas 20).
Segundo o pastor Ciro Zibordi: Adoração está ligada a nossa postura de humildade e submissão ao Senhor. Ele ainda prossegue dizendo: Louvar não é apenas cantar; envolve tudo que já em nós (Salmos 103.1,2).

Todavia, a maioria dos hinos de hoje, levam esses pressupostos inversamente. Trazendo uma mensagem contrária à Palavra de Deus. Está, antes ser servido e depois, bem depois, se possível nunca, servir, adorar, louvar.
Quão escassos estão os verdadeiros adoradores. Quando lemos no Evangelho Segundo escreveu João, no capítulo 4 e versículo 23, vemos algo um tanto intrigante:
"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem." Isso mostra que se o Pai busca aqueles que adoram verdadeiramente, então existem aqueles que adoram falsamente. Será que os adeptos dos hinos antropológicos se enquadram nesse crivo? Provavelmente sim!

Após a avalanche de hinos antropocêntricos, hinos que louvam e adoram a Jesus tornam-se quase raridade. Que pena! Sinto saudades de hinos como: Ao único, que é digno de receber, a honra e a glória, a força e o poder. Ao rei eterno, imortal, invisível, mas real, a Ele ministramos o louvor.

Ora, irmãos, não fomos feitos para sermos servidos pelo Deus Todo-Poderoso, não. Somos feitos para adorarmos a Ele, glorificarmos a Ele (Is 43.7). Que possamos, então, desempenhar o nosso papel como verdadeiros adoradores e não como ministradores do antropocentrismo envolto de uma autoajuda barata e falsa. Deixem-nos nossas necessidades de lado e busquemos o louvor excelso para o Criador. Ele sim, merece!

Aproveitando a publicação do artigo indico o livro do Pastor Ciro Sanches Zibordi, Erros que os Adoradores devem evitar, publicado pelo CPAD.
Com uma visão mais aprofundada, pastor Ciro mostra a faceta falaciosa do antropocentrismo nos hinos. Vale a pena!

Em Cristo, aquele que ainda pode inspirar músicos para fazerem hinos cristocêntricos.

Weder F. Moreira

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