Retorno à Academia
O recesso universitário terminou.
A volta ao ambiente acadêmico disperta em mim um instinto helênico, algo muito primitivo: aprender!
A ciência do saber me fascina de tal modo que o anseio de estar nesse habitat natural aos pensadores, era algo que aguardava ansiosamente no recôndito mais profundo da alma. Apesar de o conforto das férias nos fazer cômodos e nos trazer desalento, meu espírito clamava por estar nesse lugar onde as ideias fluem a semelhança da maiêutica de Sócrates.
Aprender para mim é quase algo imanente, como já dizia o ícone do direito criminal neste país Waldir Troncoso Peres (in memorian). O conhecimento me desperta e me enleva. Isso por sinal é bíblico. O sábio e rei Salomão (o adjetivo vem antes do substantivo masculino por querer, pois a sabedoria é maior do que o reinado), inspirado por Deus, deixou um conselho digno de aceitação, Provérbios 3.13 emite a assertiva que a sabedoria deve ser buscada e o conhecimento deve ser adquirido.
Por isso nesta bela manhã, onde o sol nasceu acalentadoramente, eu estava radiante. O curso de Direito voltava a agenda rotineira quando de súbito acontece o primeiro embate do ano. Confesso que não esperava que no primeiro dia de retorno as atividades universitárias, quando todos estão se despertando da letargia intelectual, viesse ocorrer o ressurgimento de uma debate que há centenas de anos está em voga.
Deixe-me narrar a você os acontecimentos, querido leitor (a).
Tudo caminhava bem, o reencontro com os colegas que há séculos não via (isso, obviamente, é uma hipérbole, não sou tão velho assim), as conversas sendo atualizadas, os assuntos mais variados sendo comentados, os cumprimentos práticos, as mudanças no novo ano e etc. Quando de repente irrompe na sala de aula o professor, que logo após as saudações e avisos começou a expor a matéria: antropologia.
O mestre com sua experiência começou analisando a palavra antropologia, separando os vocábulos gregos e tranzendo à lume a definição. Após essa introdução comentou a origem do ser humano sob a perspectiva evolucionista e ainda transvestiu-a de ciência pura e elevada. O que acometeu um burburinho na sala. Eis então "proposto" o debate.
Mas antes que esse humilde editor tivesse a chance de falar ou outro aluno se contropusesse, o mestre com seus rosto calmo e já cheio de cavidades, profundas rugas que esboçavam sua experiência, anulou qualquer possibilidade de contraposição, alegando não haver tempo para o debate que incluiria na pauta o assunto religioso (pensa ele que o criacionismo é um assunto defendido apenas por meio da fé, um grande engano!).
Ao deparar-me com minha fé e razão sendo bombardeadas por uma suposta ciência e não tendo a oportunidade de defendê-la, comecei a argumentar comigo mesmo, em uma espécie de autointerlocução, em divagações profundas, filosóficas e científicas, ao passo que percebi que, realmente, a academia é um lugar que proporciona o mistério do saber... Viva o conhecimento.
Cordialmente,
Caro weder,
ResponderExcluirA paz amado!
Quanto mais se conhece e se descobre, mais se descobre que conhecemos cada vez menos e necessitamos cada vez mais aprender mais e mais.
O Senhor seja contigo,
O menor de todos os menores.
Caro Pr Newton,
ResponderExcluirO conhecimento é inesgotável! E o melhor de tudo é que nós, cristãos, temos o privilégio de conhecer as profundezas de Deus!
Deus abençoe... Que o Carpinteiro de Nazaré, que morreu, mas ressuscitou, lhe dê a paz!
Shalom!