sábado, 18 de maio de 2013

Os 3 verbos da pregação eficaz

Os 3 verbos da pregação eficaz


2 Timóteo 4.2

Há muitas lições que podemos aprender neste texto bíblico, afinal, o mesmo tem muito a nos ensinar. 
A primeira é que a Bíblia deve ser o conteúdo da pregação. Pregação só é pregação se tiver como base, como sustentáculo, como pilar a Palavra de Deus. A mensagem, portanto, deve emanar do texto sagrado. 
Uma verdade que devo enfatizar com veemência é que Deus tem compromisso com Sua Palavra, com o que está escrito e não com a palavra do pregador. Ou seja, se o pregador embasar-se em qualquer outra coisa e não na Palavra, Deus não tem compromisso nenhum com este discurso. 
Durante a reforma protestante no século XVI, Martinho Lutero enumerou algumas bases fundamentais para firmar e esclarecer a fé cristã. Uma delas é o que chamamos de Sola Scriptura, termo no latim que quer dizer Somente as Escrituras. Com isso, Martinho Lutero estava querendo trazer a ideia de que as Escrituras são suficientes para a alimentação espiritual. O que temos visto, no entanto, é o contrário. Os pregadores da atualidade estão valorizando mais Flávio Josefo, Midrash, Talmud e afins, do que a própria Palavra. Estão tentando atrair o povo com esses artifícios. Ora, não sou contra tais instrumentos de pesquisa, eu os tenho, contudo não podemos colocá-los no mesmo patamar de veracidade e infalibilidade da Palavra de Deus. Entristece-me ver pregadores citar Josefo, Talmud e Midrash como se fosse infalível e inspirado. O que realmente funciona é a Palavra de Deus, o que Deus disse é o que importa. A tentativa dos predicadores é de tentar achar algo que enriqueça o texto sacro, que o complemente, mas o que está na Bíblia é suficiente, há riquezas e preciosidades ali inesgotáveis. 
Além do mais, Paulo nos diz em Romanos 10.17 que é a Palavra que produz efeito e não os pensamentos humanos. 

A segunda lição que aprendemos é que devemos pregar a Palavra e não sobre a Palavra. O apóstolo dos gentios utilizou o artigo "a" para definir o que deve ser ministrado. Há muitos pregando sobre a Palavra, mas não a Palavra. Por isso temos visto inúmeras pregações e poucos resultados. A pregação é o instrumento que Deus usa para chamar pessoas à salvação, entendemos, então, que é de suma importência pregar a Palavra uma vez que ela é a única que produz fé no coração humano. Muitos estão por aí pregando sobre a Palavra, mas C. H. Spurgeon disse: "Todas as vezes que uma igreja ouve um pregador pregar fielmente as Escrituras, eles estão ouvindo o próprio Deus". Não seja um pregador comum, seja boca de Deus!

Outra lição que aprendemos também é que a pregação consiste em pregar a Palavra, goste o povo o não. No conselho dado a Timóteo, o doutor Paulo não insta o jovem a pregar a Palavra independente de seu público gostar ou não. Aqui consiste o perigo da geração de pregadores atual. A maioria procura agradar o público em detrimento de Deus. Agradar o povo, a igreja e pregar aquilo que lhes atrai é o ponto alto na vida de muitos. Todavia, a Bíblia nos ensina a agradar a Deus. De que adianta agradar o povo e não agradar a Deus? Quem você tem agradado? Agradar a Deus implica pregar o que está na Palavra, goste o povo ou não. 

A pregação eficaz pode ser resumida em três verbos: ler, explicar e aplicar. Esses três verbos sintetiza todo o processo para um sermão bem exposto. Analisemos o primeiro verbo.
Ler é fundamental no sermão. A parte mais importante no sermão é o texto, por isso, uma leitura clara, imponente e estusiasmada do texto poderá levar o público a se preparar para um alimento consistente e profundo. Muitos tropeçam neste ponto, pois falta-lhes uma boa leitura, falta-lhes clareza na hora de ler. É preciso que você sinta o texto, leia-o várias vezes, decore-o, encarne o texto, atraia todos para o que está escrito, assim sendo haverá atenção e entusiasmo da parte do povo para com a mensagem. Se você é pregador e não gosta de ler, então é melhor que reveja sua vocação.

O segundo verbo é explicar. Pregar é explicar o texto. A menos que você explique o texto você não pregou. Para uma bem-sucedida explicação, temos na hermenêutica um instrumento conhecido como exegese. Exegese nada mais é do que tirar do texto o que está lá. Respeitar o contexto, sem isolar as passagens é também um regra fundamental na ciência da interpretação. Hoje, está muito em voga o que chamamos de eisegese. Eisegese é o contrario de exegese. Enquanto uma tem por finalidade extrair do texto o que o texto diz, a outra tem por fim colocar no texto o que o pregador pensa e não o que o texto diz. Quase 90% dos pregadores da atualidade explicam o texto por eisegese. Vão para a explicação do texto levando os pré-conceitos e os pensamentos pré-concebidos e assim estupram e sangram o texto sagrado. Devemos ter em mente que a Palavra de Deus fala por si só, somos apenas instrumentos de transmissão.

O terceiro verbo da pregação é aplicar. Aplicar é trazer o texto para a atualidade, contextualizando-o as necessidades hodiernas. De nada adiantará se você explicar bem, mas não aplicar a mensagem explicada a vida das pessoas. Aplicar é responder a seguinte pergunta: O que este texto na Bíblia tem a ver comigo?
Preciso lembrar a todos que só haverá uma correta aplicação da Palavra se houver, antes, uma correta interpretação.

Por fim, conclamo todos a tomarmos cuidado com a sopa rala que por vezes servimos. Estudemos e busquemos do céu um alimento saudável para o povo. Precisamos ter compromisso com a Palavra de Deus. Necessário se faz dizer que precisamos ter uma vida condizente com o que pregamos, uma vida no altar. A vida do pregador é a vida do seu ministério. A responsabilidade que está depositada em nós, faz com que tenhamos a obrigação de sermos exemplos dos fiéis. 
John Wesley dizia: "Homens mortos produzem sermões mortos e sermões mortos, matam!". Seja um pregador vivo espiritualmente. 
Pregue a Palavra sem medo, ponha fogo no seu sermão ou ponha seu sermão no fogo.

Ev. Weder F. Moreira

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