Política: cristã ou mundana?

Nos últimos meses muito tem se falado de política. Na tevê, rádios, jornais, revistas, internet, meios de comunicação em geral, externam a situação política em que estamos vivendo. Corrupção, lavagem de dinheiro, apropriação indébita de imóveis, etc e etc, são palavras que se tornaram comuns em nosso meio. Esse assunto tão comentado em nossos dias está agora em maior evidência, uma vez que, em ano eleitoral as coisas nessa área se tornam mais observadas e a população fica mais atenta.

Movido por isso, gostaria de pensar, com você leitor, sobre esse assunto. Será que é correto um cristão se envolver em política? É coerente um cristão votar em condições tão adversas? Aliás, política é cristã ou mundana? Existe política na Bíblia?
Sabemos muito bem que nós, povo escolhido pelo Senhor, temos um papel relevante nessa ocasião social - eleições - e por isso devemos desempenhá-lo. Mas qual a maneira correta de desempenharmos esse papel?

Política, de acordo com o dicionário eletrônico Aurélio, é a arte de governar os povos, de organizar o estado e sua administração. Essa palavra surgiu na Grécia antiga, na época em que se predominavam as cidades-estado chamadas "polis". Essa é a origem da palavra, pois sabemos que o conceito de política vem desde os primórdios, haja vista o homem ter a tendência de se organizar.

As Sagradas Escrituras nos mostram exemplos de personagens bíblicos que se envolveram e exerceram cargos políticos elevadíssimos, como é o caso de José, filho de Jacó, que foi governador do Egito; Daniel, que na Babilônia desempenhou grandes cargos, sendo honrado por vários reis; no Novo Testamento temos José de Arimatéia, que como diz a Bíblia, era Senador honrado. Marcos 15.43
Exemplos como esses evidenciam que homens de Deus estavam presentes na política da época. Porém, vale ressaltar que as circunstâncias eram bem díspares.

A política hoje é bem diferente. Alguns buscam na política meios de melhorem suas próprias vidas, ficarem ricos; desligam-se da sociedade e buscam interesses próprios, sem querer generalizar, mas são quase todos assim, e o pior é que alguns se dizem crentes.
A desigualdade da política da época passada e a de hoje é assombroso, não que não houvesse corrupção e outros males no passado, existia isso sim, mas os homens que se diziam de Deus eram genuinamente de Deus. Professavam sua fé e a honravam, ao contrário de hoje, onde, ao invés de fazerem a diferença, os cristãos se englobam no meio corrupto.

A maneira correta de desempenharmos nosso papel é, sem dúvida, fazermos a diferença. Enquanto a sociedade caminha para a perdição devemos, conscientemente, caminharmos para a direção certa. Um cristão pode sim envolver-se com política, desde que honre, como Daniel, o nome de Deus, pois se isso não acontecer o preço a ser pago pode ser caro. Daniel é um exemplo fidedigno de como conciliar política e vida cristã.

A política como símbolo de organização foi, com certeza, criada por Deus, porém, como o homem é um ser pecaminoso, com tendência maligna e com sua distância do Criador, tornou-a má. Má por usá-la de modo errado e enganoso, por utilizá-la de maneira prioritária e egoísta.

Que nesta eleição possamos ponderar a cerca disso. Que possamos utilizar nossa intimidade com Deus para ajudar e desempenhar o nosso papel de servo do Todo-Poderoso diante da sociedade e fazermos a diferença. Que possamos acatar os exemplos de José, Daniel e José de Arimatéia.
Que possamos ser honrados na terra e principalmente no céu.